quarta-feira, 3 de junho de 2009

Teatro Oriental


O teatro oriental tem algumas características em comum que o distinguem nitidamente do teatro pós-renascentista ocidental. São obras de arte unificadas — uma realização da idéia do teatro total — semelhante ao de Wagner, em que se misturam literatura, dança, música e espetáculo.
A formação dos atores dá ênfase à dança, à expressão, à agilidade corporal e às habilidades vocais mais que à interpretação psicológica. Os figurinos e maquiagem são muito importantes e quase uma arte em si. A estilização estende-se ao movimento e mesmo as ações da vida diária se transformam em uma dança ou gesto simbólico.
Em termos de público, é um teatro de participação. As representações costumam ser demoradas e os espectadores se movimentam, comem, conversam e por vezes só se mostram atentos aos momentos que são de seu maior agrado. A solenidade do espectador ocidental lhes é totalmente estranha.
O teatro oriental, tal como outros aspectos da cultura oriental, só viria a ser conhecido no Ocidente em fins do século XIX. Exerceu certa influência sobre as concepções de interpretação, criação de roteiros e encenação de alguns simbolistas, como Strindberg, Artaud, Meyerhold, Reinhardt e outros.
O teatro indiano, em sânscrito, floresceu nos séculos IV e V. Baseava-se em histórias tiradas da épica hindu, como o Mahabharata e o Ramayana. O palco apresentava decoração trabalhosa, mas não se usavam técnicas de representação. Os movimentos de cada parte do corpo, a recitação e a canção eram rigidamente codificados. As marionetes e o teatro dançado, sobretudo o kathakali, também foram grandemente apreciados em vários momentos da história da Índia.
O teatro chinês começou a se desenvolver em princípios do século IV. Era muito literário e tinha convenções bastante rígidas. No entanto, a partir do século XIX, passou a ser dominado pela Ópera de Pequim. Nela se dá importância primordial à interpretação, ao canto, à dança e às acrobacias, mais que ao texto literário. Sob o governo comunista a temática se modificou, mas o estilo e a representação foram mantidos.
O teatro japonês é talvez o mais complexo do Oriente. Seus dois gêneros mais conhecidos são o teatro nô e o kabuki. Nô, o teatro clássico japonês, é estilizado, uma síntese de dança-música-teatro. Tem estreita relação com o budismo zen. Outros gêneros dramáticos são o bugaku, um sofisticado teatro dançado, e um teatro de bonecos ou marionetes, chamado bunraku.



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